29 de janeiro de 2007
Adendo
Esse meu último texto ficou realmente ruim. Insegurança, insegurança. Melhor nem tentar mais.
Dúvidas
Parei uns minutos para olhar a cidade da minha janela. Nossa, essa é uma frase horrorosa para começar um texto, não? Mas vai essa mesma na falta de outra melhor. Ou na falta de outro assunto melhor. Puxa vida, adoro fazer isso. Escrever o que vem na cabeça, sem seguir ordens, sem ter que alinhar idéias, sem ter que seguir padrões. Há quanto tempo não fazia isso. Então, voltando. Da janela, dá para ver uma porção de outras janelas, acesas e apagadas. Fico realmente pensando quem pode estar dentro de cada um dos apartamentos que elas (as janelas) tentam exteriorizar. As janelas são isso: objetos que tentam, quase sempre em vão, levar para fora o que está dentro de cada parede que as cercam. No meu caso, funciona às vezes. Mas hoje, não. Me senti realmente como um estrangeiro: não pertenço a nada, a ninguém, não tenho motivação, não me orgulho, quase não rio como antes. Aquela risada de verdade. Sempre achei esse distanciamento o máximo, importante e salutar. Agora, já não sei mais. Tenho saudade de me apegar, e de sentir que alguém está apegado a mim. Claro, eu sei que essas pessoas existem. Mas estão todas distantes, e períodos prolongados de distância geram dúvidas, incertezas e insegurança. Muita insegurança. Amanhã tentarei de novo - e quem sabe dessa vez a janela possa me ajudar.
16 de janeiro de 2007
Touro dos Canaviais
Nesta quinta-feira, o Sertãozinho faz sua estréia na 1ª divisão do Campeonato Paulista, contra o São Paulo, aqui mesmo em Sertãozinho. Digo aqui porque a cidade é quintal de Ribeirão Preto. Será o único time da região a disputar o campeonato.
Eu também farei minha estréia como repórter esportivo. OK, não se trata exatamente de uma estréia, já cansei de cobrir jogos de futebol. Mas nunca o fiz com um time da primeira divisão de campeonato algum. Com credencial e tudo, usarei até aqueles coletes amarelos legais que repórteres usam no campo.
Me lembro de quando assistia o Campeonato Carioca, nos idos da década de 90, com o grande Januário de Oliveira mandando ver no microfone. Olhava aquele batalhão de homens de colete, gravadores e microfones em suas mãos, fios pra tudo quanto é lado. Alguns anos depois e pronto: sou um deles.
Estou nervoso. Jamais fiz um vestiário. E tenho grandes responsabilidades: serei o responsável pela cobertura nacional do jornal em jogos de times grandes em Sertãozinho. Ou mais, se a equipe se destacar e for, quem sabe, para as cabeças do campeonato. Portanto, a partir de hoje, torçam pelo Sertãozinho, por favor. Eu mesmo sou Sertãozinho desde pequeno. Só contra o Corinthians que não, claro. Mas contra o Palmeiras... Ah, esse eu vou querer ver ser esmagado. Time do inferno.
Um problema do "padrão jornalístico" (pfff...) de onde trabalho é não poder usar os apelidos dos times. "Timão" é uma exceção. O resto não pode. Ainda bem que aqui é meu blog e eu posso o que eu quiser: boa sorte, Touro dos Canaviais. Seu destino neste campeonato será parte íntima de meu destino profissional.
Eu também farei minha estréia como repórter esportivo. OK, não se trata exatamente de uma estréia, já cansei de cobrir jogos de futebol. Mas nunca o fiz com um time da primeira divisão de campeonato algum. Com credencial e tudo, usarei até aqueles coletes amarelos legais que repórteres usam no campo.
Me lembro de quando assistia o Campeonato Carioca, nos idos da década de 90, com o grande Januário de Oliveira mandando ver no microfone. Olhava aquele batalhão de homens de colete, gravadores e microfones em suas mãos, fios pra tudo quanto é lado. Alguns anos depois e pronto: sou um deles.
Estou nervoso. Jamais fiz um vestiário. E tenho grandes responsabilidades: serei o responsável pela cobertura nacional do jornal em jogos de times grandes em Sertãozinho. Ou mais, se a equipe se destacar e for, quem sabe, para as cabeças do campeonato. Portanto, a partir de hoje, torçam pelo Sertãozinho, por favor. Eu mesmo sou Sertãozinho desde pequeno. Só contra o Corinthians que não, claro. Mas contra o Palmeiras... Ah, esse eu vou querer ver ser esmagado. Time do inferno.
Um problema do "padrão jornalístico" (pfff...) de onde trabalho é não poder usar os apelidos dos times. "Timão" é uma exceção. O resto não pode. Ainda bem que aqui é meu blog e eu posso o que eu quiser: boa sorte, Touro dos Canaviais. Seu destino neste campeonato será parte íntima de meu destino profissional.
Sutilezas
It was bad, but well better of what I thought. It is incredible to say this, but it seems that I always lived a needy stagnation. I ever knew, in the deep way, that it was not nothing of this. Not a big deal. But now I obtain really to feel this. Not, this is not good. It remembers that new challenges appear for the front, good to me worse, limpid and clear, ready to be transposed. Or to transpose me.
It is cool not to have more than to fight against chemical reactions in my brain. It is bad to have that to fight with my thoughts, my crazy metaphysics that now writes this fucking pessimist text, and tomorrow, when I wake up, will be whistling and realizing, exactly, as the world is good and as it is cool to live.
I am thankful for my job. And I am worried about this, because it does not have to be normal to find a thing good a thing that makes me so bad. Badly or not, it serves to distract me, to occupy, and even though to entertain me. It serves to make me feel stronger than every fuckin' body. Losers, all losers. I am working where I am. Feel it, suckers.
Today I heard a music that did not hear has much time: “Use Me”, of the Bill Withers. My God, so much memories. I thought about so many people, people that I could have better “used to advantage”. I have a regret, big regret, for many things: that I made, that I did not make, that I will make, that I will not make.
My zodiac said today: “Take care of your relations and, if you will be entering in a dispute, do it full of well paved faith and decisive action, without handshakes. Without this, your astral will not go to feel itself satisfied and renewed. Change of plans soon.” I was to the dictionary to see what it meant “dispute”. It is this same: fight, rupture. I do not want a dispute. Not, not exactly. This strategy is for weak ones. I do not want more weak being. I never did. Never. And also I do not know as a dispute can leave me with the “renewed astral”. Thing crossbow to say.
I think about Marcela's faith. I think about my own faith, and, suddenly, I feel the skin from my face move. It is a smile. I think about what I will be next 10 years. I think about the problems that had have 10 years ago. They are nothing today, nothing. They will never be.
It is cool not to have more than to fight against chemical reactions in my brain. It is bad to have that to fight with my thoughts, my crazy metaphysics that now writes this fucking pessimist text, and tomorrow, when I wake up, will be whistling and realizing, exactly, as the world is good and as it is cool to live.
I am thankful for my job. And I am worried about this, because it does not have to be normal to find a thing good a thing that makes me so bad. Badly or not, it serves to distract me, to occupy, and even though to entertain me. It serves to make me feel stronger than every fuckin' body. Losers, all losers. I am working where I am. Feel it, suckers.
Today I heard a music that did not hear has much time: “Use Me”, of the Bill Withers. My God, so much memories. I thought about so many people, people that I could have better “used to advantage”. I have a regret, big regret, for many things: that I made, that I did not make, that I will make, that I will not make.
My zodiac said today: “Take care of your relations and, if you will be entering in a dispute, do it full of well paved faith and decisive action, without handshakes. Without this, your astral will not go to feel itself satisfied and renewed. Change of plans soon.” I was to the dictionary to see what it meant “dispute”. It is this same: fight, rupture. I do not want a dispute. Not, not exactly. This strategy is for weak ones. I do not want more weak being. I never did. Never. And also I do not know as a dispute can leave me with the “renewed astral”. Thing crossbow to say.
I think about Marcela's faith. I think about my own faith, and, suddenly, I feel the skin from my face move. It is a smile. I think about what I will be next 10 years. I think about the problems that had have 10 years ago. They are nothing today, nothing. They will never be.
7 de janeiro de 2007
Um dia comigo mesmo
O dia de hoje foi especial. Não me lembro de ter tido um assim em toda minha vida. Agora que ele já acabou (há mais de uma hora e meia), constatei que passei-o completamente comigo mesmo. Só comigo.
Não tive nenhum contato social. Exceto, claro, o "bom dia" para o porteiro, as inúmeras "olá, cabo-soldado-sargento X, alguma novidade essa noite?" da ronda no jornal e meu papo diário com a pediatra que cuida da menina anencéfala em Patrocínio Paulista (ela está virando minha amiga já).
Fora isso, isolamento total. Falei com minha irmã pelo telefone e com o fotógrafo do jornal também, mas não foram grande coisa. Estou falando de um contato pessoal, ter alguém para conversar ao menos (tenho que me contentar em conversar com meu blog - que é meu, ou seja: ainda assim converso só comigo mesmo. Vejam só que loucura!). E nem falo de companhia amorosa, não mesmo.
Isso foi só uma constatação, não uma reclamação. Ainda não.
Não tive nenhum contato social. Exceto, claro, o "bom dia" para o porteiro, as inúmeras "olá, cabo-soldado-sargento X, alguma novidade essa noite?" da ronda no jornal e meu papo diário com a pediatra que cuida da menina anencéfala em Patrocínio Paulista (ela está virando minha amiga já).
Fora isso, isolamento total. Falei com minha irmã pelo telefone e com o fotógrafo do jornal também, mas não foram grande coisa. Estou falando de um contato pessoal, ter alguém para conversar ao menos (tenho que me contentar em conversar com meu blog - que é meu, ou seja: ainda assim converso só comigo mesmo. Vejam só que loucura!). E nem falo de companhia amorosa, não mesmo.
Isso foi só uma constatação, não uma reclamação. Ainda não.
2 de janeiro de 2007
Procura-se uma grande reportagem
Pessoas são como pautas jornalísticas. Todas têm uma carapaça, um ponto inicial, mas quando desvendadas e aprofundadas, questionadas e investigadas, se tornam outra coisa.
Se fosse escrever reportagens meramente sobre as pessoas que conheço, algumas se tornariam notas de rodapé. Outras, módulos 200 (um pouco mais importantes, mas ainda assim irrelevantes). Algumas seriam matérias intermediárias, no meio da página e com três colunas, quem sabe com uma linha fina. Outras ainda poderiam ser abres de página, importantes para aquele dia, mas depois desaparecem e pode ser que não voltem nunca mais.
Porém, haveria aquelas que seriam capa, com remissão para um abre de alguma página ímpar interna, e que até mereceriam ser manchetes. Mas calma, não se engane: estas ainda poderiam não ser grande coisa. Teriam um grande destaque em um só dia, e nada mais.
As realmente relevantes seriam aquelas que rendessem capas continuamente, por mais de uma semana de preferência (num processo que conhecemos como "suitar" o assunto). E depois de um ano ainda continuassem rendendo abres esporádicos, matérias intermediárias de vez em quando, notas de rodapé com certa freqüência. Até novas capas e manchetes.
Já encontrei todas elas por aí. Suitar uma pessoa, para mim, é bastante fácil. Difícil mesmo é fazer de mim uma própria suíte.
Se fosse escrever reportagens meramente sobre as pessoas que conheço, algumas se tornariam notas de rodapé. Outras, módulos 200 (um pouco mais importantes, mas ainda assim irrelevantes). Algumas seriam matérias intermediárias, no meio da página e com três colunas, quem sabe com uma linha fina. Outras ainda poderiam ser abres de página, importantes para aquele dia, mas depois desaparecem e pode ser que não voltem nunca mais.
Porém, haveria aquelas que seriam capa, com remissão para um abre de alguma página ímpar interna, e que até mereceriam ser manchetes. Mas calma, não se engane: estas ainda poderiam não ser grande coisa. Teriam um grande destaque em um só dia, e nada mais.
As realmente relevantes seriam aquelas que rendessem capas continuamente, por mais de uma semana de preferência (num processo que conhecemos como "suitar" o assunto). E depois de um ano ainda continuassem rendendo abres esporádicos, matérias intermediárias de vez em quando, notas de rodapé com certa freqüência. Até novas capas e manchetes.
Já encontrei todas elas por aí. Suitar uma pessoa, para mim, é bastante fácil. Difícil mesmo é fazer de mim uma própria suíte.
1 de janeiro de 2007
Meu ano novo
Sentado na mesa, tentando cortar aquele pedaço de carneiro assado sob olhares questionadores, preferi não pensar no que exatamente estava fazendo ali - e principalmente PORQUE estava ali. Meu ano novo estava mesmo fadado ao fracasso. Já nasceu errado, o coitado.
Estava tudo planejado: ia ficar em casa, beber uma cidra sozinho e ver filmes na TV, mas não. Eu insisti em deixar de ser eu mesmo, quis ir até onde eu nunca tinha ido. De última hora, arrumei um esquema para passar o réveillon em um badalado baile de um clube da cidade, com uma (agora) grande amiga como acompanhante. Deu tudo errado: nos barraram no baile, não literalmente, mas veladamente, e tivemos que nos virar com outras opções.
Eu nem sabia que haviam outra opção, mas havia. Fomos parar na casa de um casal de amigos dessa minha amiga, que mora com sua humilde família em um belo apartamento em algum lugar que eu não sei mais onde é. Lá estavam o casal (que acabou de ter um filho), os pais e a vó do rapaz. Ah, e sua cachorra, Nina.
Aí chegamos no carneiro. Se pensasse realmente no sentido daquilo, ganharia uma depressão eterna. Fui para a sacada, vi a queima de fogos e aí sim aquela nostalgia, aquele sentimento estranho que sempre vem nos anos novos, chegou. Pensei na minha mãe, no meu pai e nas minhas irmãs. E que estava ali, na verdade, porque tinha medo de ficar sozinho (logo eu) nesta data lazarenta.
Quando me virei para o interior do apartamento novamente, fui cumprimentado pela avó da família, dona Ercília. Deve ter uns 85 anos. Eu disse a ela: "obrigado pela recepção, foi um prazer conhecer a senhora." Ela sorriu, virou a cabeça para trás - num daqueles gestos que parecia dizer exatamente o que ela de fato disse: "imagine, filho". Tocou sua mão sobre meu braço direito, que a terminava de abraçar.
Assim eu queria que fosse meu primeiro texto do ano: tão terno, sentimental, e ao mesmo tempo indiferente, quanto aquele toque.
PS: Obrigado, Fernando Sabino.
Estava tudo planejado: ia ficar em casa, beber uma cidra sozinho e ver filmes na TV, mas não. Eu insisti em deixar de ser eu mesmo, quis ir até onde eu nunca tinha ido. De última hora, arrumei um esquema para passar o réveillon em um badalado baile de um clube da cidade, com uma (agora) grande amiga como acompanhante. Deu tudo errado: nos barraram no baile, não literalmente, mas veladamente, e tivemos que nos virar com outras opções.
Eu nem sabia que haviam outra opção, mas havia. Fomos parar na casa de um casal de amigos dessa minha amiga, que mora com sua humilde família em um belo apartamento em algum lugar que eu não sei mais onde é. Lá estavam o casal (que acabou de ter um filho), os pais e a vó do rapaz. Ah, e sua cachorra, Nina.
Aí chegamos no carneiro. Se pensasse realmente no sentido daquilo, ganharia uma depressão eterna. Fui para a sacada, vi a queima de fogos e aí sim aquela nostalgia, aquele sentimento estranho que sempre vem nos anos novos, chegou. Pensei na minha mãe, no meu pai e nas minhas irmãs. E que estava ali, na verdade, porque tinha medo de ficar sozinho (logo eu) nesta data lazarenta.
Quando me virei para o interior do apartamento novamente, fui cumprimentado pela avó da família, dona Ercília. Deve ter uns 85 anos. Eu disse a ela: "obrigado pela recepção, foi um prazer conhecer a senhora." Ela sorriu, virou a cabeça para trás - num daqueles gestos que parecia dizer exatamente o que ela de fato disse: "imagine, filho". Tocou sua mão sobre meu braço direito, que a terminava de abraçar.
Assim eu queria que fosse meu primeiro texto do ano: tão terno, sentimental, e ao mesmo tempo indiferente, quanto aquele toque.
PS: Obrigado, Fernando Sabino.
19 de dezembro de 2006
16 de dezembro de 2006
Lá vem ele
Sim, ele já está aí. Quem diria, o Natal está aí. Será o meu 25º neste ano. Nem parece que foram tantos. Mas este, mais do que todos, será especial. Mal posso esperar para chegar logo o Natal. Nunca estive tão ansioso assim. Além de toda a "magia" (não gosto deste termo, mas tudo bem) que cerca a data, é o único dia do ano em que vejo toda a parte "relevante" da minha família junta.
Nos reunimos em um clube, todo para nós, por dois dias. Já posso até ver: no domingo, de manhã, chegarei lá e verei logo meus primos Bruno e Marcel. Já fomos tão próximos e agora somos tão distantes. Conversaremos, falaremos besteira, atualizaremos nossas vidas uns para os outros. Depois, virão meus primos Luís Manoel, Heloísa e o resto todo. E meus cunhados, mãe e irmã. Meu pai não irá dessa vez. Não ouvirei ele dizendo "que caloooooooooooooooorrr" e "vai chovieeeeeeeeeeeeer". Nem fazendo suas piadas, as mesmas, para os parentes distantes. Vai fazer falta, ah, se vai.
Tomaremos cerveja. Sim, de manhã, é Natal, qual o problema? Jogaremos bola, cairemos na piscina, antes e depois do churrasco. À tarde, faremos filminhos bobos e jogaremos mais bola, cairemos mais na piscina e riremos, muito. Minha mãe chamará minha atenção: "cuidado para não sujar a camiseta, Nando!", como em todos os natais. Eu a sujarei, com certeza.
Minhas tias talvez passem um pouco de tempo me perguntando do meu novo emprego, minha recente mudança e tudo o mais. Logo desistirão, ao ver que continuo o mesmo moleque de sempre. No Natal, faço questão de não ser adulto. Ouviremos música, conversaremos sobre bandas. Contaremos piadas, riremos novamente.
À noite, reuniremos toda a família (os que não foram durante o dia irão estar presentes) para a ceia. Meu tio Jaime, que foi padre, conduzirá a oração. Falará do meu pai, então talvez eu chore. Minha mãe o vai, com certeza. Minhas irmãs também. Dirá, no entanto, que a vida na família se renova com o nascimento do filhinho da minha prima e a gravidez da minha irmã.
Comeremos, beberemos, nos fartaremos de nós mesmos, eu de minha alegria absoluta. Nada me deixará triste nesta noite. Nada. Dormirei com aquele sentimento infantil de quem tem que acordar cedo para uma excursão da escola. Acordarei para repetir tudo de novo no dia 25, o Natal propriamente dito. E serei feliz. Tenho certeza disso.
Nos reunimos em um clube, todo para nós, por dois dias. Já posso até ver: no domingo, de manhã, chegarei lá e verei logo meus primos Bruno e Marcel. Já fomos tão próximos e agora somos tão distantes. Conversaremos, falaremos besteira, atualizaremos nossas vidas uns para os outros. Depois, virão meus primos Luís Manoel, Heloísa e o resto todo. E meus cunhados, mãe e irmã. Meu pai não irá dessa vez. Não ouvirei ele dizendo "que caloooooooooooooooorrr" e "vai chovieeeeeeeeeeeeer". Nem fazendo suas piadas, as mesmas, para os parentes distantes. Vai fazer falta, ah, se vai.
Tomaremos cerveja. Sim, de manhã, é Natal, qual o problema? Jogaremos bola, cairemos na piscina, antes e depois do churrasco. À tarde, faremos filminhos bobos e jogaremos mais bola, cairemos mais na piscina e riremos, muito. Minha mãe chamará minha atenção: "cuidado para não sujar a camiseta, Nando!", como em todos os natais. Eu a sujarei, com certeza.
Minhas tias talvez passem um pouco de tempo me perguntando do meu novo emprego, minha recente mudança e tudo o mais. Logo desistirão, ao ver que continuo o mesmo moleque de sempre. No Natal, faço questão de não ser adulto. Ouviremos música, conversaremos sobre bandas. Contaremos piadas, riremos novamente.
À noite, reuniremos toda a família (os que não foram durante o dia irão estar presentes) para a ceia. Meu tio Jaime, que foi padre, conduzirá a oração. Falará do meu pai, então talvez eu chore. Minha mãe o vai, com certeza. Minhas irmãs também. Dirá, no entanto, que a vida na família se renova com o nascimento do filhinho da minha prima e a gravidez da minha irmã.
Comeremos, beberemos, nos fartaremos de nós mesmos, eu de minha alegria absoluta. Nada me deixará triste nesta noite. Nada. Dormirei com aquele sentimento infantil de quem tem que acordar cedo para uma excursão da escola. Acordarei para repetir tudo de novo no dia 25, o Natal propriamente dito. E serei feliz. Tenho certeza disso.
3 de dezembro de 2006
O ano em que meus pais saíram de férias
Quando vi o trailler desse filme, pensei: "ih, mais um filminho nacional pseudo que explora a ditadura, aquele velho blá-blá-blá de sempre". Aí, quando terminei de ver o resumo da história, ainda no próprio trailler, associei o filme logo a "Kamtchatchka", uma película argentina que conta a história da ditadura no país na visão de duas crianças filhos de pais comunistas. "O ano..." ficou pior na fita comigo.
Aí o trailler acabou e eu vi o nome do Cao Hamburguer como diretor do filme. Acendeu uma luzinha vermelha no meu cérebro e eu pensei: "opa! a coisa não deve ser tão ruim assim". O filme estreou no Festival de Cinema do Rio, fez sucesso e os comentários da crítica (eca!) foram bastante positivos. Influenciável que sou, fiquei logo ansioso para ver o filme, que parecia mesmo ser uma história emocianante.
Ontem, sábado, após um dia esquisito, resolvi ir ao cinema no shopping aqui perto de casa conferir o filme. Para adiantar, vou falar logo: é lindo. Na falta de palavra melhor, fica essa mesma: lindo.
O filme fala de um garoto cujos pais tiveram que se esconder durante a ditadura brasileira, nos anos 70. Para o menino, eles dizem que "saíram de férias". E que voltam a se encontrar durante a Copa do Mundo daquele ano. O garoto então é levado para a casa do avô, no bairro judeu do Bom Retiro, em São Paulo. A partir daí, desenvolve-se a trama toda, como num "Fantástico Mundo de Bob" menos escrachado e mais real.
O mais legal é que as referências à ditadura e aos temas mais "adultos" ficam todas veladas. É a visão da criança mesmo. A história é terrivelmente triste e, ao mesmo tempo, animadora. As cenas são "reais" em um nível surpreendente, e nada piegas. O "casal" protagonista dá um show. E no fim das contas, acho que a "moral" do filme é mesmo que a fantasia infantil pode ser superior a qualquer problema do mundo adulto.
Nem é preciso dizer que eu chorei as bicas. Fiquei vendo os créditos até o fim para não ter que sair do cinema com os olhos vermelhos e o nariz fungando. Não só por causa da história, que é de fato triste, mas pela constatação de que sim, infelizmente crescemos. E por mais que tentemos, jamais conseguiremos manter o idealismo infantil que um dia tivemos.
Aí o trailler acabou e eu vi o nome do Cao Hamburguer como diretor do filme. Acendeu uma luzinha vermelha no meu cérebro e eu pensei: "opa! a coisa não deve ser tão ruim assim". O filme estreou no Festival de Cinema do Rio, fez sucesso e os comentários da crítica (eca!) foram bastante positivos. Influenciável que sou, fiquei logo ansioso para ver o filme, que parecia mesmo ser uma história emocianante.
Ontem, sábado, após um dia esquisito, resolvi ir ao cinema no shopping aqui perto de casa conferir o filme. Para adiantar, vou falar logo: é lindo. Na falta de palavra melhor, fica essa mesma: lindo.
O filme fala de um garoto cujos pais tiveram que se esconder durante a ditadura brasileira, nos anos 70. Para o menino, eles dizem que "saíram de férias". E que voltam a se encontrar durante a Copa do Mundo daquele ano. O garoto então é levado para a casa do avô, no bairro judeu do Bom Retiro, em São Paulo. A partir daí, desenvolve-se a trama toda, como num "Fantástico Mundo de Bob" menos escrachado e mais real.
O mais legal é que as referências à ditadura e aos temas mais "adultos" ficam todas veladas. É a visão da criança mesmo. A história é terrivelmente triste e, ao mesmo tempo, animadora. As cenas são "reais" em um nível surpreendente, e nada piegas. O "casal" protagonista dá um show. E no fim das contas, acho que a "moral" do filme é mesmo que a fantasia infantil pode ser superior a qualquer problema do mundo adulto.
Nem é preciso dizer que eu chorei as bicas. Fiquei vendo os créditos até o fim para não ter que sair do cinema com os olhos vermelhos e o nariz fungando. Não só por causa da história, que é de fato triste, mas pela constatação de que sim, infelizmente crescemos. E por mais que tentemos, jamais conseguiremos manter o idealismo infantil que um dia tivemos.
1 de dezembro de 2006
30 de novembro de 2006
27 de novembro de 2006
Ah sim, o nome...
Na minha ânsia por estrear logo o blog, esqueci de explicar o nome que o batiza (redundância?). Pré resumir a história: existe uma banda que se chama Radiohead e que eu gosto pra caramba. Eles fizeram uma música que se chama "Fitter Happier" e está no terceiro disco deles, o "OK Computer", de 1997. O álbum todo é uma obra prima, e mesmo que não seja (quem sou eu para definir), eu pago pau e pronto.
Também resumidamente, posso dizer, pelas minhas próprias percepções e por tudo que já se escreveu sobre ele, que o disco fala, basicamente, da conturbada relação entre homem e máquina. Ou homem e mundo moderno, se preferirem. Ou da confusão que cerca a humanidade diante de tanta novidade e deslumbramento. Enfim: fala de como somos todos uns merdinhas diante de nós mesmos, quando tentamos nos impressionar com nosso brilhante planetinha e seus brinquedinhos.
"Fitter Happier" é, de longe, a música mais bizarra do disco. A música mais bizarra de todo o Radiohead, até. É uma música que pode ser chamada de esquisita com todas as letras. É repulsiva. Ninguém gosta dela. Pois eu, quando ouvi o disco pela primeira vez (vejam bem, eu disse PRIMEIRA), me apaixonei por "Fitter Happier".
Explico porquê. A letra toda, declamada por uma voz distorcida (como a de um robô) expressa ordens. Pequenas coisas que deveríamos fazer em nosso cotidiano para sermos felizes e levarmos uma vida satisfatória. Aí o robô, ops, a letra, fala pra gente manter o contato com os amigos e beber com eles, fazer exercícios três vezes por semana, não comer comidas de microondas, não jogar uma aranha no buraco da tomada e fazer supermercado e lavar os carros aos domingos. Normal, né? Mais que isso: confortável, né?
Mas eu, quando ouvi, percebi uma fina ironia no meio de tudo. Foi algo bem natural. Aquela voz, aquela letra naquele contexto, um pianinho triste por trás. Foi como se visse o mundo como o conheço passando diante de meus olhos, e percebesse, ao mesmo tempo, como ele está errado. E triste.
Um verso, no entanto, se transformou para mim em um paradoxo:
"fond, but not in love"
Corri ao dicionário e percebi que "fond" quer dizer, exatamente, "afeiçoado". Ou seja: a música diz para nos afeiçoarmos por alguém, mas não para apaixonar-mos. Pensando na letra como um todo, é mesmo um paradoxo. Ora, não é bom não nos apaixonarmos? Tão bom quanto a sensação de lavar o carro aos domingos e ir ao supermercado? Pois é. Nem a ironia da letra agüentou o poder, neste caso negativo, do amor. É o único verso realmente pessismista da música, sem saída, encurralado. "Goste, mas não se apaixone".
Este verso é o umbigo de "Fitter Happier". O nó da canção. Se você quer entender o Radiohead, entenda "Fitter Happier". Se quer entender "Fitter Happier", entenda o verso "fond, but not in love". Ou, melhor que entender, sinta-o. O efeito será bem maior.
Goste, mas não se apaixone. Puta merda.
Também resumidamente, posso dizer, pelas minhas próprias percepções e por tudo que já se escreveu sobre ele, que o disco fala, basicamente, da conturbada relação entre homem e máquina. Ou homem e mundo moderno, se preferirem. Ou da confusão que cerca a humanidade diante de tanta novidade e deslumbramento. Enfim: fala de como somos todos uns merdinhas diante de nós mesmos, quando tentamos nos impressionar com nosso brilhante planetinha e seus brinquedinhos.
"Fitter Happier" é, de longe, a música mais bizarra do disco. A música mais bizarra de todo o Radiohead, até. É uma música que pode ser chamada de esquisita com todas as letras. É repulsiva. Ninguém gosta dela. Pois eu, quando ouvi o disco pela primeira vez (vejam bem, eu disse PRIMEIRA), me apaixonei por "Fitter Happier".
Explico porquê. A letra toda, declamada por uma voz distorcida (como a de um robô) expressa ordens. Pequenas coisas que deveríamos fazer em nosso cotidiano para sermos felizes e levarmos uma vida satisfatória. Aí o robô, ops, a letra, fala pra gente manter o contato com os amigos e beber com eles, fazer exercícios três vezes por semana, não comer comidas de microondas, não jogar uma aranha no buraco da tomada e fazer supermercado e lavar os carros aos domingos. Normal, né? Mais que isso: confortável, né?
Mas eu, quando ouvi, percebi uma fina ironia no meio de tudo. Foi algo bem natural. Aquela voz, aquela letra naquele contexto, um pianinho triste por trás. Foi como se visse o mundo como o conheço passando diante de meus olhos, e percebesse, ao mesmo tempo, como ele está errado. E triste.
Um verso, no entanto, se transformou para mim em um paradoxo:
"fond, but not in love"
Corri ao dicionário e percebi que "fond" quer dizer, exatamente, "afeiçoado". Ou seja: a música diz para nos afeiçoarmos por alguém, mas não para apaixonar-mos. Pensando na letra como um todo, é mesmo um paradoxo. Ora, não é bom não nos apaixonarmos? Tão bom quanto a sensação de lavar o carro aos domingos e ir ao supermercado? Pois é. Nem a ironia da letra agüentou o poder, neste caso negativo, do amor. É o único verso realmente pessismista da música, sem saída, encurralado. "Goste, mas não se apaixone".
Este verso é o umbigo de "Fitter Happier". O nó da canção. Se você quer entender o Radiohead, entenda "Fitter Happier". Se quer entender "Fitter Happier", entenda o verso "fond, but not in love". Ou, melhor que entender, sinta-o. O efeito será bem maior.
Goste, mas não se apaixone. Puta merda.
24 de novembro de 2006
Patrulha da neve
Volta e meia, eu me surpreendo com algumas bandas das quais já gostava, mas que não ouvia há tempos sei lá porquê motivo. Usando como justificativa o esquecimento de um CD do Snow Patrol (Final Straw) na casa de um amigo, resolvi ouvir a banda.
O CD esquecido é o 3º deles, quando eles deixaram de vez o mundinho undeground e conquistaram a Europa com hits grudentos e música pop de qualidade. Nada contra, continuei adorando eles. Mas putz, como os dois primeiros álbuns são bons! Principalmente o segundo, "When It's All Over We Still Have To Clear Up", de 2001.
Os caras são da Irlanda do Norte, mas foram para - adivinhem - Glasgow, na Escócia, tentar ganhar a vida com a música. O disco tem a participação de várias figurinhas da "moderna música indie escocesa" (essa definição soou como um giz novo se arrastando no quadro negro, mas tudo bem), como o Sturt Murdoch e o Mick Cooke, do Belle and Sebastian, e outros caras que eu não faço idéia de que bandas são.
Enfim, são 14 músicas que parecem passar como um relâmpago diante dos ouvidos. Digo isso porque elas são rápidas, e não pesadas (ok, nunca fui bom com figuras de linguagem). São pelo menos quatro pérolas: "Never Gonna Fall In Love Again" (pelo título, que deveria ser um eterno mantra repetido por toda a humanidade); "Ask Me How I Am" (pelo arranjo vocal e de violão), "Making Enemies" (dois acordes e várias "camadas") e "Batten Down The Hatch" (pela referência a Brian Wilson e o piano de Stuart Murdoch).
Em "Songs For Polarbears", o debut (uau, sempre quis usar essa palavra!) dos caras, o maior destaque é "Starfighter Pilot". Um rock meio hip hop, com uns troços de DJ no meio da música - não se assustem, é muito massa.
Enfim, ouçam Snow Patrol sempre que puderem. Eu ouvirei até reencontrar outra banda perdida, e deixar os patrulheiros da neve novamente no meu limbo musical.
O CD esquecido é o 3º deles, quando eles deixaram de vez o mundinho undeground e conquistaram a Europa com hits grudentos e música pop de qualidade. Nada contra, continuei adorando eles. Mas putz, como os dois primeiros álbuns são bons! Principalmente o segundo, "When It's All Over We Still Have To Clear Up", de 2001.
Os caras são da Irlanda do Norte, mas foram para - adivinhem - Glasgow, na Escócia, tentar ganhar a vida com a música. O disco tem a participação de várias figurinhas da "moderna música indie escocesa" (essa definição soou como um giz novo se arrastando no quadro negro, mas tudo bem), como o Sturt Murdoch e o Mick Cooke, do Belle and Sebastian, e outros caras que eu não faço idéia de que bandas são.
Enfim, são 14 músicas que parecem passar como um relâmpago diante dos ouvidos. Digo isso porque elas são rápidas, e não pesadas (ok, nunca fui bom com figuras de linguagem). São pelo menos quatro pérolas: "Never Gonna Fall In Love Again" (pelo título, que deveria ser um eterno mantra repetido por toda a humanidade); "Ask Me How I Am" (pelo arranjo vocal e de violão), "Making Enemies" (dois acordes e várias "camadas") e "Batten Down The Hatch" (pela referência a Brian Wilson e o piano de Stuart Murdoch).
Em "Songs For Polarbears", o debut (uau, sempre quis usar essa palavra!) dos caras, o maior destaque é "Starfighter Pilot". Um rock meio hip hop, com uns troços de DJ no meio da música - não se assustem, é muito massa.
Enfim, ouçam Snow Patrol sempre que puderem. Eu ouvirei até reencontrar outra banda perdida, e deixar os patrulheiros da neve novamente no meu limbo musical.
Bexiga vazia
Recentemente, passei por alguns momentos bastante felizes. Muito felizes mesmo. Quer dizer, no cômputo geral, acabaram sendo mais ou menos felizes. Mas foram momentos densos - positivamente falando.
Aí de repente voltei para minha vida. Onde só existe eu, onde eu preciso me sustentar e fazer a maior força possível para me apoiar nesses raros momentos felizes e continuar indo. Quando me dei conta de que tudo já tinha voltado ao normal, eu chorei. Não é fácil eu chorar. Geralmente, choro vendo filmes (até com matéria do Esporte Espetacular já chorei). Mas esses são choros inocentes, divertidos até. Dessa vez, eu fiquei preocupado. Chorei de tristeza, um choro desesperado. No meio dele, eu me peguei, várias vezes, dizendo: "me ajuda". Tive dó de mim.
Depois, percebi que isso tudo foi necessário para "esvaziar" o excesso de alegria que estava dentro de mim. A felicidade não merece encarar a vida que eu levo - ela não agüentaria. Esperta - e nada solidária - ela se foi, como o ar que sai da bexiga, deixando-a murcha e vazia.
Aí de repente voltei para minha vida. Onde só existe eu, onde eu preciso me sustentar e fazer a maior força possível para me apoiar nesses raros momentos felizes e continuar indo. Quando me dei conta de que tudo já tinha voltado ao normal, eu chorei. Não é fácil eu chorar. Geralmente, choro vendo filmes (até com matéria do Esporte Espetacular já chorei). Mas esses são choros inocentes, divertidos até. Dessa vez, eu fiquei preocupado. Chorei de tristeza, um choro desesperado. No meio dele, eu me peguei, várias vezes, dizendo: "me ajuda". Tive dó de mim.
Depois, percebi que isso tudo foi necessário para "esvaziar" o excesso de alegria que estava dentro de mim. A felicidade não merece encarar a vida que eu levo - ela não agüentaria. Esperta - e nada solidária - ela se foi, como o ar que sai da bexiga, deixando-a murcha e vazia.
23 de novembro de 2006
Da labuta
Não, não é fácil. Puta que o pariu. Diariamente, preciso lidar com o fato de que meu trabalho, e a única coisa que sei (pelo menos até agora) fazer para ganhar dinheiro, ser um saco. Quero dizer que perco a maior parte de meu tempo no trabalho pensando se é isso mesmo que eu quero fazer da vida, e não consigo espaço para me empolgar ou me "motivar", como diriam os teóricos que vivem mexendo nos queijos dos outros para ganhar os deles.
Junte-se a isso o fato de minha chefe ser uma boçal (é até divertida quando não dorme de calças, e competente - isso é inquestionável), meu ambiente de trabalho ser tão salubre quanto o quarto onde vivia Rodion Raskholnikov, meus colegas serem um bando de marionetes da ambição humana e pronto, temos o cenário completo. Ah, também esqueci de dizer que trabalho bem mais do que deveria e não ganho absolutamente nada a mais por isso (nem um tapinha nas costas).
É triste dizer isso, mas o único fator (tá bom, tá bom, o principal fator) que me mantém no meu ramo de atividade empregatício é a preguiça de largar tudo e começar tudo do zero. Eu preciso mentir. Preciso deixar de ser eu mesmo. Todo o dia, toda hora. Nada demais, mas poderia ser melhor, né?
Um dia vou escrever um livro só para contar, detalhadamente, tudo que estou generalizando. Ah, se vou.
Junte-se a isso o fato de minha chefe ser uma boçal (é até divertida quando não dorme de calças, e competente - isso é inquestionável), meu ambiente de trabalho ser tão salubre quanto o quarto onde vivia Rodion Raskholnikov, meus colegas serem um bando de marionetes da ambição humana e pronto, temos o cenário completo. Ah, também esqueci de dizer que trabalho bem mais do que deveria e não ganho absolutamente nada a mais por isso (nem um tapinha nas costas).
É triste dizer isso, mas o único fator (tá bom, tá bom, o principal fator) que me mantém no meu ramo de atividade empregatício é a preguiça de largar tudo e começar tudo do zero. Eu preciso mentir. Preciso deixar de ser eu mesmo. Todo o dia, toda hora. Nada demais, mas poderia ser melhor, né?
Um dia vou escrever um livro só para contar, detalhadamente, tudo que estou generalizando. Ah, se vou.
21 de novembro de 2006
Apresentação
Eu sei. Ninguém vai ler isto aqui. Tudo bem, não é isso que eu quero mesmo. Aliás, eu realmente não quero isso. Espero que este espaço possa servir para o exato objetivo que ele tem: ser minha privada diária, semanal, mensal ou anal (ops!) de minhas idéias, devaneios e pensamentos.
Coisas que eu não digo para ninguém, mas a partir de agora passarei a dizer para mim mesmo. Segredos incompartilháveis, histórias que deveriam permanecer entre quatro paredes, ou no espaço da mente (que pode ser bem grandão). Sem repreensões (espero). Sinceramente, não imagino que este espaço possa ser útil. Mas resolvi arriscar.
Volte sempre.
Coisas que eu não digo para ninguém, mas a partir de agora passarei a dizer para mim mesmo. Segredos incompartilháveis, histórias que deveriam permanecer entre quatro paredes, ou no espaço da mente (que pode ser bem grandão). Sem repreensões (espero). Sinceramente, não imagino que este espaço possa ser útil. Mas resolvi arriscar.
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