Pessoas são como pautas jornalísticas. Todas têm uma carapaça, um ponto inicial, mas quando desvendadas e aprofundadas, questionadas e investigadas, se tornam outra coisa.
Se fosse escrever reportagens meramente sobre as pessoas que conheço, algumas se tornariam notas de rodapé. Outras, módulos 200 (um pouco mais importantes, mas ainda assim irrelevantes). Algumas seriam matérias intermediárias, no meio da página e com três colunas, quem sabe com uma linha fina. Outras ainda poderiam ser abres de página, importantes para aquele dia, mas depois desaparecem e pode ser que não voltem nunca mais.
Porém, haveria aquelas que seriam capa, com remissão para um abre de alguma página ímpar interna, e que até mereceriam ser manchetes. Mas calma, não se engane: estas ainda poderiam não ser grande coisa. Teriam um grande destaque em um só dia, e nada mais.
As realmente relevantes seriam aquelas que rendessem capas continuamente, por mais de uma semana de preferência (num processo que conhecemos como "suitar" o assunto). E depois de um ano ainda continuassem rendendo abres esporádicos, matérias intermediárias de vez em quando, notas de rodapé com certa freqüência. Até novas capas e manchetes.
Já encontrei todas elas por aí. Suitar uma pessoa, para mim, é bastante fácil. Difícil mesmo é fazer de mim uma própria suíte.
2 de janeiro de 2007
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