19 de abril de 2010

Teoria do Caos no futebol

Antes de mais nada, aviso aos incautos que não sou físico e muito menos estudioso da Teoria do Caos. Sou um curioso, e tomei conhecimento dela da forma como costuma acontecer com meros mortais (meio nerds, é verdade): pela cultura pop.

Se você quer seguir o mesmo caminho que eu, assista aos clássicos da trilogia "De Volta para o Futuro"; "Corra, Lola, Corra" (o mais metafórico) ou "Efeito Borboleta" (o mais claro e direto). Eles te darão uma boa ideia do que trata a teoria.

Se você não quer ver os filmes antes de continuar lendo este post, tudo bem. Em linhas MUITO gerais, a Teoria do Caos diz que tudo, mesmo o acaso, é o resultado de ações combinadas. Ou seja: se você acorda e abre primeiro o olho direito, seu dia será de um jeito. Se abre o esquerdo, será de outro. E a tese vai além: diz que é possível calcular o resultado final de um conjunto de ações aleatórias em qualquer cenário (tem muita universidade séria financiando malucos pra descobrir como).

Enfim. Eu meio que acredito na Teoria do Caos. É bem óbvio que o futuro depende de nossas ações, e não me parece muito absurdo que dependa também dos atos que não controlamos. Ora, por que não? "Corra, Lola, Corra" expõe isso de forma magnífica (sério, se você ainda não viu esse filme veja agora ou dê logo um tiro em sua têmpora direita).


Caralho, o que diabos vai acontecer agora?


Pois então. Pensando em tudo isso, me incomoda deveras quando ouço comentaristas de futebol discutindo o que poderia ser se acontecesse tal coisa no jogo do dia anterior. É um maniqueísmo determinista completamente sem sentido e vazio.

Neste domingo em que escrevo, o Santos venceu o São Paulo na semifinal do Campeonato Paulista. O primeiro gol foi marcado pelo Neymar, com a mão. E ai vão os gênios: "Ah, mas mesmo se o juiz anulasse a jogada, o São Paulo não se classificaria, pois não marcou nenhum gol". Segundo a Teoria do Caos, se o juiz anulasse, ou mesmo se o gol tivesse sido marcado com os pés, ou no centésimo de segundo antes do que realmente foi, tudo poderia ser diferente. O São Paulo poderia ter feito quatro gols. Um meteoro poderia ter caído em campo. E na Tailândia poderia ter chovido canivetes. Sacaram o espírito?

E o mais legal: para o Neymar ter feito o gol com a mão, naquele momento da partida, uma série de coisas (não só no jogo, mas no universo todo) aconteceu EXATAMENTE COMO TINHA QUE ACONTECER. É loucura, eu sei, mas um dia alguém vai descobrir esse segredo e vai dominar o mundo. É nisso que acredito.

Aquela vontade

Às vezes, em várias situações, me dá uma vontade de produzir alguma coisa. Alguma coisa diferente do que usualmente faço. Exemplo: hoje, caminhando, vi luminosos em prédios que se sobrepunham e pensei: "se tivesse uma máquina fotográfica, faria uma foto; ela resumiria bem a urbanidade dessa parte da cidade."



Aí, enquanto a música acima tocava em meu fone de ouvido, eu pensei: "que música do caralho!". E me pus a imaginar o roteiro de um vídeo para ilustrá-la. Para poder executá-lo, com os meios disponíveis, poderia ser uma animação ou, no máximo, uma composição em slow motion. Na minha cabeça, saíram algumas ideias bacanas; e se eu tivesse como filmar de verdade (com atores etc.), seria melhor ainda.

Não tem um dia que eu não sente na frente do computador e pense: "hoje vou escrever aquele conto, ou aquela crônica, daquela ideia que tive outro dia". Ou: "hoje vou começar um romance". Nunca aconteceu.

Imagino que muita gente tenha vontades como essas. Alguns criam blogs, montam bandas, compõem músicas, desenham, fotografam.

Eu, não faço nada.