23 de novembro de 2006

Da labuta

Não, não é fácil. Puta que o pariu. Diariamente, preciso lidar com o fato de que meu trabalho, e a única coisa que sei (pelo menos até agora) fazer para ganhar dinheiro, ser um saco. Quero dizer que perco a maior parte de meu tempo no trabalho pensando se é isso mesmo que eu quero fazer da vida, e não consigo espaço para me empolgar ou me "motivar", como diriam os teóricos que vivem mexendo nos queijos dos outros para ganhar os deles.

Junte-se a isso o fato de minha chefe ser uma boçal (é até divertida quando não dorme de calças, e competente - isso é inquestionável), meu ambiente de trabalho ser tão salubre quanto o quarto onde vivia Rodion Raskholnikov, meus colegas serem um bando de marionetes da ambição humana e pronto, temos o cenário completo. Ah, também esqueci de dizer que trabalho bem mais do que deveria e não ganho absolutamente nada a mais por isso (nem um tapinha nas costas).

É triste dizer isso, mas o único fator (tá bom, tá bom, o principal fator) que me mantém no meu ramo de atividade empregatício é a preguiça de largar tudo e começar tudo do zero. Eu preciso mentir. Preciso deixar de ser eu mesmo. Todo o dia, toda hora. Nada demais, mas poderia ser melhor, né?

Um dia vou escrever um livro só para contar, detalhadamente, tudo que estou generalizando. Ah, se vou.

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