Estava deitado no sofá quando um vento frio da noite entrou pela janela e encontrou meus pés. Na hora, tive uma lembrança única. De uma noite em São José do Rio Preto, em um dia perdido no mês de maio do ano passado.
Naquele dia, o énimal me visitou. Durante o dia, aproveitei minha hora de almoço e fui buscá-lo na rodoviária. Estava sol, mas uma brisa fria soprava e o céu era azul. Um daqueles dias que eu sempre gostei. Busquei-o, levei-o até minha casa e fomos almoçar com mais dois amigos de Londrina que coincidentemente também moravam em Rio Preto - sendo que um deles trabalhava comigo.
Voltei ao trabalho, e Daniel para seus compromissos - verdadeiros motivos de sua visita à cidade. Na volta, à noite, fomos ver "Capote" no cinema. Um cinema antigo, daqueles que ficam no centro da cidade, perdidos como o tempo. E, aparentemente, como nós naquele dia. Chegamos antes do previsto e passamos em um supermercado ali perto. Compramos alguma coisa para comer e nos sentamos em uma escada de uma loja (ou coisa parecida) perto do cinema.
É a este momento que o vento no meu pé diretamente me remeteu. Àquele frio. Não nos víamos havia um bom tempo - mais de oito meses, acho eu. Naquele dia, conversamos. Sobre coisas que hoje já nem têm mais tanto valor, mas que naquele momento eram bastante importantes para nós dois. Alguns dos problemas abordados naquela noite passaram. Outros não. Para combatê-los, uso agora a mera lembrança daqueles minutos frios.
Um dia memorável. Obrigado, énimal.
28 de fevereiro de 2007
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Um comentário:
Eu é que te agradeço, énimal.
Você é um énimal, mesmo. Aquele dia foi memorável, concordo. Me lembrou de tempos passados.
Esse "espaço esquecido" está cada vez melhor e mais pseudo.
[]s
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