Se me perguntam qual é minha banda preferida, eu respondo sem pensar: Radiohead.
Porque é verdade. Tenho todos os discos (pelo menos os lançados no Brasil), conheço todas as músicas (até os lado B), fico procurando vídeos, lendo notícias e, graças ao bom Deus, já pude ir a um show deles.
Mas eu também gosto de muitas outras bandas, e entre elas está o Black Rebel Motorcycle Club. Não consigo me lembrar quando foi o primeiro contato que eu tive com eles, mas deve ter sido na época em que eu achava chique conhecer bandas a torto e a direito, lá pelo início da década passada.
Entre tanta coisa que eu ouvia, o BRMC acabou ficando. E, se for ver bem, eu não sei o porquê. O som não tem muito a ver com mais nada que eu goste, mas... eu gosto. É algo bastante único, pelo menos para mim. É meio sujo, meio blues, meio Joy Division, meio soturno (ignorem a análise, eu não entendo nada de música). Só sei que, no fim das contas, me agrada pacas.
A banda me pegou mesmo pelo "Howl" disco de 2005 que é todo acústico. E, sabem como é, eu adoro o som de um violão. Sério, é um disco que TODO MUNDO deveria ter na cabeceira. O tempo foi passando, novos discos surgiram ("Baby 81", de 2007, também é altamente recomendável), e meu apreço pela banda continuou.
Aqui vale um parênteses: por gostar muito de música, acabo, por tabela, influenciando o gosto de pessoas próximas a mim. Juro que não é intencional (pelo menos não sempre). Minha mulher, por exemplo, já aprendeu a gostar de Radiohead e curte bastante Coldplay, Snow Patrol e Kaiser Chiefs, só para citar alguns exemplos. Cansei de trocar influências com meu amigo de república nos tempos da faculdade Daniel. Mas o BRMC nunca emplacou. Com ninguém. E olha que eu já tentei. Bastante. Ninguém mais gosta dessa merda. Só eu. Fecha parênteses.
Lá pelo meio deste ano, anunciaram que o BRMC iria tocar no SWU, em Paulínia. "Uau!", pensei. Era uma das bandas que figurava na minha lista de shows para assistir. E corri para garantir meu ingresso. Paguei R$ 210, feliz e contente, sem pensar no amanhã. Só depois vi que o festival seria em um feriado prolongado, eu estaria de folga (uma ótima oportunidade para visitar minha família na longínqua Presidente Prudente), não haveria nenhuma outra banda no mesmo dia que atraísse tanto a minha atenção e que eu dificilmente conseguiria uma companhia para o show (o que de fato se concretizou).
Então, tentei vender o ingresso. Obviamente, não tive sucesso.
Perder R$ 210? Não era uma alternativa. Então lá fui eu para Paulínia, em uma tarde chuvosa, encarar a lama, cerveja a R$ 7 e pessoas esquisitas; tudo para ver o BRMC.
E querem saber? FOI LEGAL PRA CARAMBA!
Vejamos: paguei R$ 210 (o maior valor que eu já gastei na vida por um espetáculo musical), enfrentei chuva e aquela dose de desconforto inerente a este tipo de evento só para ver o show dos caras. Então, queira eu ou não, acho que isso me credencia como fã da banda. Ela nem imagina, mas ela é uma das que nunca me abandonou. Em alguns momentos, eu pensava que nada podia ser mais adequado que estar ali sozinho.
A última música foi "Whatever Happened to my Rock and Roll", uma porrada do primeiro disco. Parte do refrão diz: "O que aconteceu com você? O que aconteceu com nosso rock and roll?"
Não sei, BRMC. Mas, de qualquer forma, agradeço.
17 de novembro de 2011
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Um comentário:
De fato o BRMC não emplacou. Nem no meu PC, nem na minha prateleira (embora eu tenha aqui um bom bocado de coisas legais graças a você). Vou dar mais uma chance aos caras em nome dos velhos tempos. =]
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