Se tem um troço que me incomoda é ser mal atendido em estabelecimentos comerciais.
Tem certos tipos de mal-atendimento que eu até tolero. Às vezes o lugar está cheio, e o filho da puta do patrão, para economizar, decide não colocar mais funcionários - aí eu acho foda esculachar com os empregados sobrecarregados.
Mas tem um procedimento específico que me emputece deveras: é quando os funcionários se esquecem que são funcionários, e se esquecem que você é cliente, e decidem agir como seres humanos normais.
Eu explico.
Certa vez, quando morava em Londrina, desci do ônibus depois da faculdade e passei em uma padaria perto da minha casa para comer um lanche. Eram umas 22h30. Pedi um misto-quente e a mulher do balcão gritou para a cozinha: "Um misto-quente, Alzira!". No que a Alzira respondeu, também em tom elevado, para ser ouvida: "Ah, agora não vai dar não, meu ônibus vai passar daqui a dez minutos".
É disso que estou falando.
Porra, existe um protocolo atendente-cliente que deve ser respeitado! É pedir demais? Se a Alzira tinha que pegar seu busão, porque não chamou seu chefe no canto e o avisou em voz baixa? O encarregado teria dado um jeito; colocaria a moça do caixa para fazer o lanche enquanto a substituta da Alzira não chegasse, por exemplo; talvez o lanche demorasse um pouco e não ficasse tão bom, mas eu comeria e iria embora sem saber que naquele lugar a mulher que faz misto-quente pega busão para voltar para casa. É algo que eu, como cliente, NÃO PRECISO SABER.
Aí nesta semana, no Pão de Açúcar da avenida Independência, em Ribeirão (que aliás está uma zona por causa da reforma), outro exemplo me cai no colo. Segue o diálogo entre a moça empacotadora e a caixa, enquanto ela passa minhas compras:
- Será que vai rodar mais alguém?
- Ih, até o meio-dia tem chão, viu? Bem que podia ser eu. Não aguento mais isso aqui.
- (risos) Ah, para você sair é difícil.
- Já pensou? 'Fulana (pouparei o nome dela), vou te dar um pé na bunda' (com entonação de voz masculina). Ahahaha.
- Ahahahaha.
Breve silêncio. A caixa retoma o fio da meada, enquanto passa meu cartão - eram poucas compras.
- Pra eu sair daqui, só arrumando outra coisa melhor antes e pedindo demissão.
- Ou então você xinga algum cliente, aí ele vai lá e reclama no serviço de atendimento e você é demitida.
- É uma boa, já pensou, menina? Ahahahaha...
- Ahahahaha...
A caixa me entrega a nota e, engolindo o riso do diálogo anterior, me diz:
- Obrigada moço, tenha um bom dia, tchau!
11 de agosto de 2010
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2 comentários:
luis, seu blog é mto massa
(aqui é a maria, amiga da nina que vc deixou p fora, ok?)
adoro os posts que vc fica puto com o servico dos lugares. sou chata igual hahahaha
Ahahahah! Cara, não sei o que aconteceu daquela vez que eu não acordei! E olha que eu nem usava nenhuma substância ilícita, heim? Enfim, espero que você volte para me visitar (aqui no blog, pelo menos, não há o risco de você dar com a porta na cara...). Grande beijo!
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