(ATENÇÃO: este texto contém spoilers. Mas é sobre um filme produzido em 1994, então acho que ninguém vai se importar)
Ok, ok: eu choro em filmes. Choro mesmo. Pra certas coisas, sou praticamente uma menina. Uma vez, chorei com uma matéria do Esporte Espetacular em que o jogador Rui (um carequinha apelidado de cabeção que jogava até pouco tempo no Fluminense - não vi mais ele) reencontrou seu pai. Pois é.
O primeiro filme em que chorei foi E.T. O que, na época, foi uma situação que se desenhou como um grande paradoxo para mim, já que eu morria (morria? a quem estou querendo enganar? eu ainda morro...) de medo de ETs. Depois, ainda criança, chorei com Meu Primeiro Amor, e eu tinha vergonha dos adultos que estavam por perto, então segurava as lágrimas o máximo que podia e depois, quando ia dormir, pensava de novo no filme e chorava de verdade.
Já crescido, um belo dia fui assistir Um Sonho de Liberdade em uma madrugada na Globo (acho que era Intercine). Acho que um cunhado meu havia indicado o filme. Nem é preciso dizer que chorei em bicas. Ao mesmo tempo em que achei o filme, naquele momento, um dos melhores que já tinha visto na minha vida. E é fuckin' fodidamente fantástico mesmo.
Como minha situação financeira na época era um lixo, e a própria situação tecnológica do mundo não era lá essas coisas (anos 90, gente!) , eu gravei o filme em VHS e assistia sempre. Uma vez, minha irmã gravou a novela por cima da cena final, em que o Red encontra o Andy na praia (ops, spoiler, foi mal) e eu fiquei deveras puto. O engraçado é que eu só comprei o DVD do filme há uns dois anos, em uma dessas promoções das lojas Americanas. Mas prossigamos.
O que quero dizer é que, mesmo tendo visto Um Sonho de Liberdade umas 30 vezes (esse deve mesmo ser o número correto, não é hipérbole), eu ainda choro. Mas ontem, ao assisti-lo mais uma vez (a primeira com home theater e TV LCD - tá pensando o quê?), percebi que é sempre uma cena diferente que me desperta o lado mocinha desamparada. Na primeira vez, chorei quase da metade toda do filme para o fim, desde quando o Brooks se mata. Com o auge, é claro, na expectativa gerada pelo possível suicídio do Andy. E sempre com os olhos marejadíssimos na épica cena da chuva (que é realmente uma cena muito bonita, cinematograficamente falando - tem contexto, trilha perfeita, luz, interpretação... congruência total de fatores).
Dessa vez, o que me emocionou foi a parte pós-fuga do Andy, em que seus amigos estão na mesa comendo e se lembrando de suas façanhas na prisão. Quando o Red diz que está feliz por ele, mas que sente sua falta. O que isso me diz? Que eu sinto falta dos meus amigos? Que eu deveria tentar passar mais tempo com eles? Sei lá. Aí acho que já é muita viagem. Por ora, espero apenas uma boa oportunidade para que eu possa tomar meu banho de chuva...
PS: Aconteceu o que eu temia. Vendo o filme ontem, comecei a notar uma porção de "falhas". Frases muito melosas, cenas que não se encaixam (como diabos ele abre um buraco em um cano de ferro com uma pedra com espaço suficiente para ele mesmo passar em tão pouco tempo, meu Deus?)... É mais um ícone da minha juventude que aos poucos se esvai e perde sua majestade para comigo mesmo. Ficar adulto é uma bosta. Mas isso é assunto para outro post - ou não.
22 de novembro de 2009
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Um comentário:
Adorei seu jeito de escrever, me lembra um pouco os posts que leio aleatoriamente no Papo de Homem rsrs
Vou procurar por esse filme, só por sua culpa ahaha
Buenas!
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