A primeira foi foi na Copa do Mundo de 1994, um torneio que eu me gabo de ter acompanhado integralmente. A final foi muito tensa, e quando o Brasil venceu eu subi para o terraço da minha casa e as lágrimas saíram como um impulso. O choro foi um alívio.
A segunda ocasião foi quando o Corinthians ganhou a Copa do Brasil de 1995, contra o Grêmio. O time gaúcho era muito badalado e quase ninguém acreditava que o Corinthians pudesse vencer (pelo menos era dessa forma que eu via a situação naquela época). A vitória (com um gol de Marcelinho Carioca no Olímpico), portanto, para mim, foi algo redentor; a sobreposição do mais fraco, do batalhador, contra o mais forte, o estabelecido. O choro foi um desabafo.
Até ontem.
Porque, ontem, André Santos e Cristian deram adeus ao Corinthians. "Oh, meu Deus, e daí, Luís? Não é o fim do mundo", dirão os incautos. De fato. Mas é uma pequena catástrofe para o atual contexto corintiano. Este time vem jogando junto desde o início de 2008, e todo torcedor corintiano que se preze acompanhou sua evolução, desde a humilhação pela passagem na Série B e a redenção (olha ela aí de novo) com as conquistas do Paulistão e Copa do Brasil 2009. Não há como não sentir a perda de jogadores tão importantes para a equipe.
No caso do André Santos a situação não é, digamos, tão grave. Ele mesmo e a diretoria já vinham falando de sua transferência há um bom tempo. E ele era bem mais "mala" em campo: adorava uma firula, era displiscente, perdia o foco com facilidade. O que, ao menos para mim, quase anula a importância dos 25 gols (alguns importantíssimos) que marcou em sua passagem pelo time.
Com o Cristian é diferente. O cara chegou desacreditado do Flamengo (foi dispensado pelo técnico Caio Júnior - quem?), demorou para se firmar como titular (eu mesmo, no começo, achava que o Fabinho não deveria dar lugar a ele nem aqui nem na China), mas de repente lá estava ele, sendo indispensável. Roubando bolas, fazendo coberturas, ligando contra-ataques, sendo preciso, dando passes e assistências. Foi constantemente acusado pelos adversários de ser agressivo demais, mas isso é conversa mole - ele de fato era, mas o soube ser na medida certa. E ainda bem que o Corinthians teve alguém como ele para cumprir esse papel (me lembro bem do jogo contra o Santos pela primeira fase do Paulistão, quando se gerou uma expectativa enorme para a estreia no Neymar e o Cristian foi lá e deu um belo tapa na orelha no moleque, que não fez nada durante o jogo todo - o Corinthians ganhou por 1 a 0).
Até ontem, eu tinha três grandes ídolos no Corinthians: Ronaldo (o goleiro), Neto e Marcelinho Carioca.
Até ontem.
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