18 de março de 2007

De volta para o futuro

Tomei um susto hoje a hora que liguei a TV. Percebi que a maioria - quase todos - os canais da minha TV a cabo estavam desativados. Aí lembrei da moça que me vendeu o pacote ter disto alguma coisa sobre algum prazo de três meses para alguns canais. Mas, sinceramente, não sabia que seriam tantos.

Digo que levei o susto porque há duas semanas esperava por este sábado na TV. Às 18h, o telecine cult ia passar a maratona "De Volta Para o Futuro", os três filmes numa pancada só. A cerveja e aperitivos já estavam garantidos, era um evento que não poderia perder. Por isso estava tão apreensivo enquanto apertava o botão de canal rumo à casa dos 60. Felizmente - e eu realmente agradeci aos céus por isso - toda a rede telecine continuava lá.

Às 18h, lá estava eu, a postos. Agora são 0h12, e o terceiro filme acabou faz uns 15 minutos. Acho que foi a primeira vez que eu vi a a série pra valer, com toda minha atenção voltada aos detalhes de cada filme. Continuo achando a trilogia fantasticamente absurda de boa, mas pude notar uma série de probleminhas - nada que para mim, repito, comprometa a qualidade e capacidade de entretenimento da obra.

Primeiro, o roteiro desrespeita largamente o princípio "Corra Lola Corra", da teoria do Caos, aquela que diz que cada pequeno passo que damos gera uma influência em todo o universo. Tudo está conectado, e nossas ações têm conseqüências. Uma volta no tempo por si só seria algo que alteraria tudo de forma gigantesca, mesmo que não fizéssemos absolutamente NADA no passado.

Também há várias pequenas alterações no argumento para que o roteiro maluco possa de cumprir. Por exemplo, no segundo filme, o que tem a ver o Doc levar o McFly pro futuro só pra resolver o problema com o filho dele? Ele mesmo não poderia ter resolvido tudo sozinho? Não, ele precisava criar toda uma situação para o Biff voltar para o passado e entregar o Almanaque de esportes para ele mesmo - e, é claro, no mesmo dia em que o raio cai e toda a merda no primeiro filme acontece.

Também dá para notar uma diferença grande entre os três filmes - o segundo é o melhor, eu já achava isso e hoje pude confirmar minha opinião. O terceiro é mais "pop", com o roteiro mais meloso e umas frases mais de efeito, parece ter sido feito exclusivamente para atrair público mesmo. E tem um fim bem forçadinho, não tinha nada a ver a namorada do Marty pegar o fax onde estava escrito "Você está despedido" e perguntar ao Doc por quê aquilo tinha acontecido. Será que ela era tão burra de não imaginar? Mas é claro, o Doc precisava de uma deixar para soltar que o futuro está em branco, e é feito por cada um de nós.

Não dava para cobrar nada diferente de um filme do Spielberg feito para as massas mesmo. E, embora eu esteja falando mal, vou comprar os filmes em DVD para meus filhos poderem assistí-los um dia desses. No futuro, claro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Três filmes ruins da porra, mas legais pra caramba. Não tem como não gostar, são clássicos absolutos. Mas estão cheios de buracos. Você citou alguns deles.

Em todo caso, eu tenho os DVDs, depois te empresto. Podemos combinar uma pipoca aqui em casa.
E viva o capacitor de fluxo!